segunda-feira, 7 de abril de 2008

Fichamento da introdução do livro “Tudo que é sólido desmancha no ar: A aventura da modernidade” de Marshall Berman

Desde o início do capítulo, Marshall Berman já introduz algo que vai ser uma das importantes idéias da introdução que é a afirmação de que a modernidade se apresenta como algo essencialmente paradoxal e contraditório.
O autor apresenta, logo a seguir, sua idéia de que a modernidade “vem caminhando através desse turbilhão há cerca de quinhentos anos”* o que mostra que, segundo sua visão, a modernidade é algo vivido até os dias de hoje.
Depois da afirmação de que a “modernidade (...) desenvolveu uma rica história e uma variedade de tradições próprias”, Berman afirma que sua intenção, neste livro, “é explorar e mapear essas tradições, a fim de compreender de que modo elas podem nutrir e enriquecer nossa própria modernidade e como podem empobrecer ou obscurecer o nosso sentido do que seja ou possa ser a modernidade”. Ainda descrevendo as intenções básicas do livro, é afirmado que “Este livro é um estudo sobre a dialética da modernização e do modernismo”.
Para fins didáticos, o autor decide decidir a história da modernidade em três fases: a primeira fase vai do início do século XVI até a Revolução Francesa; a segunda fase se estende desde a Revolução Francesa até o fim do século XIX; a terceira fase engloba acontecimentos e estudos do século XX.
A partir deste momento, o que há é uma curta descrição de alguns dos grandes expoentes da crítica do modernismo ao longo dessas três fases. Evidentemente, são apresentadas críticas positivas e negativas além das críticas que avaliam a modernidade em toda a sua complexidade mostrando aspectos e características positivas, negativas e paradoxais da modernidade. Estas são consideradas por Berman como especialmente importantes.
Na primeira fase da modernidade, o autor analisado é Rousseau. Este é um dos autores que, para Berman, conseguem ter um entendimento profundo das contradições inerentes à modernidade.
Os autores citados da chamada segunda fase do modernismo são Marx e Nietzsche. Ambos os autores fazem uma explanação em que “tudo está impregnado do seu contrário”. Os dois autores também têm em comum a fé em um futuro positivo possível. Para Nietzsche, a idéia de “Übermensch”, apresentada sistematicamente pela primeira vez em seu livro “Also sprach Zarathustra” é central no desenvolvimento desse futuro. Já em Marx, o comunismo apresenta a solução para esses problemas da modernidade.
Todos esses autores são apresentados por Berman como analistas que compreenderam bem as características centrais do modernismo. Já no século XX, a história é outra.Segundo o autor, o que acontece no século XX é uma radicalização e polarização das idéias em relação ao modernismo o que é visto por Berman como algo negativo e empobrecedor. A partir deste momento, Berman descreve alguns dos principais movimentos e autores de crítica ao modernismo.